Os cheiros sempre me fascinaram. Através do olfato temos sensações incríveis, lembrando de pessoas especiais ao sentir determinados perfumes ou revivemos momentos especiais. Cada época do ano tem um cheiro, cada fase de nossas vidas também.
O cheiro da minha infância que guardo na minha memória é o de doce de abacaxi, que minha mãe fazia para rechear os bolos de aniversário. O que guardo da minha adolescência é o cheiro de bala de hortelã, sempre presente no hálito dos meninos, prontos para nos dar umas beijocas.
E aqui posso listar tantos outros cheiros que me agradam e me fazem tão bem: o de terra molhada, do café fresco, do arroz refogado, da flor de laranjeira no final da tarde, do sabonete que minha avó usava, das páginas de um livro novo... Mas o melhor de todos os cheiros do mundo é o cheirinho da cria.
Pode parecer estranho, mas quem é mãe sabe do que estou falando. É o bafinho de leite, o chulé do pezinho miúdo, o suor no cangote depois do soninho, o cheirinho de bebê limpinho após o banho... São cheirinhos viciantes e os melhores na vida de uma mãe.
De todos, o meu preferido é o do cangote. Agarro meu filho e cafungo bem forte, na esperança de que seja eterno. E como esse cheiro me faz feliz, me causa bem-estar. Sei que com o passar dos anos esses cheiros vão mudar também. Mas espero que nunca saiam da minha memória e fiquem marcados para sempre no meu coração. E tenho certeza que o cheirinho da cria é o melhor do mundo!